Honduras em Crise: Disputa Eleitoral Abalada por Denúncias de Fraude e Intervenção Estrangeira
A eleição presidencial em Honduras mergulhou em um turbilhão de controvérsias, com acusações de fraude lançadas pelo candidato centrista Salvador Nasralla. Após Nasry Asfura, aliado de Donald Trump, ultrapassá-lo na apuração, Nasralla alegou manipulação de dados, afirmando que um “algoritmo alterou os dados” após a paralisação da exibição dos resultados.
A alegação de Nasralla reacendeu o fantasma da fraude eleitoral que assombra Honduras desde a disputada eleição de 2013, quando a oposição denunciou manipulação de votos. Em 2021, a história se repete em um cenário de polarização e desconfiança nas instituições.
Apuração Conturbada e Revisão de Votos
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) reconheceu inconsistências em 17% das atas de apuração, prometendo uma revisão completa dentro do prazo legal. A presidente do CNE, Ana Paola Hall, apelou à paciência, ressaltando que “a pressa é, por vezes, inimiga da legitimidade”.
No entanto, as críticas ao processo eleitoral se intensificaram. Marlon Ochoa, dirigente do conselho, denunciou problemas no sistema de publicação dos votos, suposta compra de votos, intimidação e “vulgar intervenção estrangeira”. “Acredito que haja unanimidade entre o povo hondurenho de que estamos, talvez, na eleição menos transparente de nossa história democrática”, afirmou Ochoa, alertando para um possível “golpe” eleitoral.
Interferência de Trump e Clima Tenso
A eleição hondurenha ganhou destaque internacional devido ao apoio explícito de Donald Trump a Nasry Asfura. O ex-presidente dos EUA chegou a insinuar cortes no financiamento a Honduras caso Asfura não vencesse, além de indultar um ex-presidente do partido de Asfura, condenado por tráfico de drogas nos EUA.
A interferência de Trump intensificou o clima de tensão no país, que já enfrentava um histórico de eleições contestadas e violência política. Apesar da calma nas ruas de Tegucigalpa, a população aguarda com apreensão o desfecho da crise eleitoral.
Observadores Internacionais e Apelo à Transparência
Diante da turbulência, o subsecretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, apelou à independência do CNE e à transparência na contagem dos votos. “Os olhos do mundo, incluindo os nossos, estão voltados para Honduras”, declarou Landau.
A comunidade internacional acompanha de perto os acontecimentos em Honduras, ciente do impacto que a crise eleitoral pode ter na estabilidade do país e da região. A transparência e a lisura do processo são cruciais para garantir a legitimidade do resultado e evitar o acirramento das tensões.
Fontes:
CNN
Reuters
Agencia Brasil
El País
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br